O selim é uma das partes mais importantes em uma bicicleta, pois é nele que apoiamos a maior parte do nosso peso e ficamos em contato com quase todo o tempo. Escolher o selim é uma tarefa difícil e eu sei muito bem o que é isso, pois nos meus 20 anos em que competi sofri muito para conseguir achar o selim ao qual eu me sentia confortável, além do ajuste correto. Além disso, até alguns anos atrás era muito mais difícil encontrar nas lojas brasileiras um selim de qualidade, realidade muito diferente nos dias de hoje onde estão presentes as principais marcas: Fizik, Selle Itália, Specialized, Prólogo, entre outras que estão disponíveis em diversas lojas pelo Brasil, sendo que cada marca tem a sua justificativa para atrair os consumidores.

- Arione ou Tundra para o Cobra, Antares ou Gobi para o Camaleão e Aliante para o Touro
Existem vários tipos de selim os fabricados em gel pela Selle Royal voltados para bicicletas de passeio e que proporcionam excelente conforto, Brooks – selins de couro da primeira fábrica de selins do mundo, feitos a mão até hoje na Inglaterra e os selins fi´zi:k, voltados para alta performance.
Eu gostaria de explicar aqui o conceito da marca Italiana fi´zi:k, que é totalmente baseado na flexibilidade de cada pessoa. Este conceito foi estudado e desenvolvido na Universidade Italiana de Pádova.
Fizik Spine Concept – o conceito da coluna
Podemos considerar que cada pessoa tem uma flexibilidade da coluna diferente e essa flexibilidade interfere diretamente na posição de alta performance do ciclista, sendo assim, corrigir o comportamento do movimento dos ciclistas, permite exigir o máximo de performance com o maior conforto durante grandes períodos de tempo. Para isso foram desenvolvidos três formatos de selins que são para os três diferentes tipos de flexibilidade e para facilitar o entendimento, foram denominados nomes de animais para diferenciar os ciclistas.
Conforme a flexibilidade a fizik denomina o atleta de "Cobra, Camaleão ou Touro"
O ciclista que é muito flexível é o atleta “Cobra” – ele tem facilidade em curvar a coluna e consegue chegar com facilidade na posição de alta performance que a bicicleta de ciclismo de estrada ou mountain bike exige. Esse ciclista deve usar um selim plano e estreito, que possibilita uma grande variação de pedalada, às vezes sentando mais na frente, outras vezes sentando mais atrás do selim. Para estrada o modelo Arione e para MTB o Tundra.
Já o atleta que tem pouca flexibilidade, (veja as ilustrações) é chamado de atleta “Touro”. Este atleta tem maior dificuldade em chegar à posição de performance, fazendo com que ele faça um movimento de rotação no quadril. Este ciclista necessita de um selim que seja curvado para ajudar no apoio na parte traseira do selim, fazendo com que o atleta consiga curvar-se com maior facilidade. A parte central do selim necessita ser mais macia para aliviar a pressão na região genital. Neste caso é o selim Aliante.
Veja na figura a rotação do quadril e a posição dos ossos isquiáticos em relação ao selim.
E o atleta que é intermediário, no meu caso, que tenho uma flexibilidade média, denominado atleta “Camaleão”, necessita utilizar um selim médio, não tão curvado, nem tão estreito e plano. Alguns atletas “Camaleão” podem adaptar-se com os selins voltado para o “Touro” e outros para o “Cobra”. Antares para estrada e Gobi para MTB.
Essa flexibilidade é algo natural de cada pessoa, independente de nível de treinamento, pois podemos ver atletas de equipes Pro Tour nos três níveis de flexibilidade, nem por isso deixam de ser excelentes atletas.
Touro - Manuel Quinziato , Camaleão - Franco Pellizzotti, Cobra - Ivan Basso
Depois de ter feito uma avaliação da flexibilidade, você já tem uma orientação de qual é o mais apropriado, mas como selim é algo muito pessoal, o ideal é pegar um selim para testar para ter certeza de que você irá adaptar-se ao modelo sugerido.